A descoberta oficial do Brasil fazia parte do cronograma: Colonização e plantio de cana-de-açúcar pelos cristãos-novos.
A partilha do mundo nos meados do século XV, pela poderosa Igreja, emitindo bula papal, criou um impasse entre a Espanha e Portugal, segundo documentos da Torre do Tombo em Lisboa. A arbitragem papal emitiu várias bulas em que os portugueses se consideraram prejudicados, acirrando ainda mais a rivalidade luso-espanhola, que quase levou a um confronto armado.
Em 1494, foi firmado o Tratado de Tordesilhas, pelo qual as áreas de influência ficavam demarcadas a partir de um meridiano situado a 370 léguas a oeste do Arquipélago de Cabo Verde. Resguardavam-se os antigos domínios espanhóis e portugueses.
D. Manuel, rei de Portugal, incumbiu a Duarte Pacheco Pereira (marrano) de verificar os limites territoriais do Tratado de Tordesilhas. O experiente navegador e cartógrafo, segundo informações de historiadores, provavelmente chegou a percorrer parte do litoral Maranhense e Paraense em 1498.
Voltando da expedição e missão cumprida, entregou ao monarca português um relatório sigiloso e o mapa das terras além-mar localizadas. Em 1478, para combater “os hereges”, os Reis Católicos obtiveram do Papa uma bula instituindo a “Inquisição em Castela”, na Espanha. Em toda a Europa, como uma praga divina, principalmente na Espanha e Portugal, a semente da Inquisição Católica crescia.
No século XVI um pregador do credo dominante, usando a demagogia, sutilmente sugeriu aos seguidores da doutrina de Cristo que não deveriam em demasia se envolver com o vil metal (dinheiro), podendo conduzir a graves pecados. A sábia alternativa encontrada para não serem maculados os sagrados dogmas da fé católica e, por comodismo da natureza humana, conseguiram parceiros, entregando na época a confiáveis e discriminados marranos ou cristãos-novos (judeus obrigados a se converterem ao catolicismo) a importante tarefa de administrar grandes finanças, e empreendimentos comerciais. A experiência pioneira neste campo econômico surpreendeu os nobres e o Clero, inclusive o Rei de Portugal pelo êxito.
Todos os parceiros lucraram. A fértil semente fora lançada e floresceu, fortalecendo a estrutura econômica do país, criando um novíssimo poder econômico e manipulado por uma hábil classe de práticos no manejo do vil metal e destacados comerciantes marranos em toda Península Ibérica.
As coroas de Portugal e Espanha ficaram entusiasmados com o formidável lucro obtido por esses abnegados e audaciosos cristãos-novos nas atividades comerciais, convidando-os a participarem da equipe financeira da coroa.
A burguesia sempre atenta à procura de negócios e investimentos lucrativos e a Igreja estando deficitária, devido a seus gastos serem excessivos, necessitava urgentemente equacionar seu déficit financeiro, possuindo dinheiro nos cofres para saldar os gastos administrativos.
Os grandes empreendimentos comerciais além-mar, na época, eram lucrativos, sendo financiados pelos banqueiros marranos portugueses e tendo o apoio da coroa. O Vaticano, alerta, enviava a bula papal , orientando o Santo Ofício deficitário, que necessitava de dinheiro para a sua continuidade e crescentes gastos administrativos.
A presa que poderia equacionar seu problema econômico seria um alvo fácil: os bens dos cristãos-novos e banqueiros marranos portugueses. As magníficas sinagogas foram saqueadas e convertidas em importantes igrejas e conventos católicos. Usando o terrível e sanguinário pogrom contra os marranos e cristãos-novos, assassinavam e queimavam as vítimas vivas, com apenas uma falsa acusação e sem direito à defesa jurídica, no início da inquisição. Posteriormente, foram criados os tribunais do Snato Ofício.
Para os obreiros semitas, com o passar rápido dos anos, a sobrevivência na Península Ibérica tornou-se difícil e complicada. Vislumbraram uma solução. Um grupo de audaciosos e notáveis professores da Escola Náutica de Sagres e influentes banqueiros marranos foram a D. Manuel e solicitaram ao monarca apoio a um rendoso projeto comercial agrícola, beneficiando principalmente ao tesouro real. Aproveitando os judeus discriminados pelo Santo Ofício, colocando-os nas terras virgens além-mar, pertencentesa Portugal de acordo com o Tratado de Tordesilhas (1494).
Lá plantariam cana-de-açúcar e explorariam a produção de açúcar, muito procurado, na época, na Europa. Seriam os primeiros senhores dos engenhos na agroindústria, o monarca tornou-se parceiro. Já possuía em seu poder um relatório sigiloso e também o mapa desenhado pelo cartógrafo e navegador marrano Duarte Pacheco Pereira, que em 1498, localizou terras além-mar, que de acordo com o Tratado de Tordesilhas (1494), pertenceriam à coroa portuguesa.
Escolheu o experiente navegador marrano Pedro Álvares Cabral para comandar a expedição comercial colonizadora; entregou-lhe navios, mão-de-obra para o empreendimento agrícola: os cristãos-novos e no porão das embarcações como animais selvagens – os negros. [1] Forneceu também ferramentas necessárias.
Acompanhou a referida expedição colonizadora comercial o cartógrafo Duarte Pacheco Pereira que orientou Pedro Álvares Cabral na rota das terras localizadas por ele em 1498. E passariam a descobrir oficialmente o Brasil em 1500.
Na Península Ibérica a complicada política religiosa orientada pelo Vaticano, contra os semitas, deixava sequelas negativas na economia, empobrecida cada vez mais. Os mais atingidos pela crise inflacionária da época, aos pobres do reino português restava um último motivo de orgulho, oriundo da hegemonia da mentalidade aristocrática: a católica. Seus olhos rancorosos se voltaram para a comunidade que vivia nos bairros judaicos, as judiarias,e para os marranos (cristãos- novos), visto sempre com desconfiança.
Ataques a essa comunidade e pogrom e falsa denúncia era permitido ao Tribunal do Santo Ofício, eram práticas correntes da população empobrecida e de mercadores cristãos-velhos, estes motivados por interesse e rivalidade mercantil.
Na época do fundamentalismo religioso em Portugal, dominada pelo Clero com sua severa política religiosa, dois poderes figuravam:
- O forte poder político-religioso fundamentalista católico dominante.
- Um discreto, porém sutil, e influente poder econômico dos cripto-judeus e marranos, junto à Casa Real de Portugal. No cenário político-religioso, muitos marranos reféns das severas contingências política, religiosa e social, passaram a ignorar suas tradições e soterraram seu heroico passado de luta pela sobrevivência por serem discriminados, o que se tornou um mito. Já participavam de uma sociedade cujas famílias se destacavam na Corte. Assimilados, descortinaram-se as possibilidades de também entrarem na vantajosa carreira política-religiosa católica e tentarem alcançar altos postos na hierarquia da Igreja Católica. A Igreja foi sendo alertada e, para se resguardar dos marranos audaciosos, o Papa emitiu uma Bula que orientava o mundo católico, informando que somente os conversos a partir da 5a. geração poderiam pleitear postos públicos. O fundamentalismo católico se nutria pelo ódio e pela cobiça dos bens dos semitas acusados de “heresia”.
[1] Em 1454, a Igreja Católica e seu chefe espiritual abençoaram o comércio negreiro. Tommaso Parentucceli, sob o nome de Nicolas V (1398-1455), declara Guerra Santa aos negros. Escreve ao rei de Portugal uma Bula que autoriza a submeter à escravidão os negros da Nova Guiné e outros pagãos.
Não podemos esquecer que a violência é a mãe da barbárie. Concordo com os historiadores quando escrevem que a “história da humanidade é a história da barbárie”.
A injustiça, o fanatismo e o terror pogrom eram oficialmente permitidos contra o obreiro e discriminado povo abelha (judeus e marranos),e minaram a Península Ibérica. A sanguinária Inquisição de Estado teve uma função social que transcende os limites da Igreja Católica. Foi um tribunal político que se utilizou (de “Deus”, do outro e do “diferente”) para manter os privilégios de uma minoria que tentava se perpetuar no poder. Foi uma das causas principais da decadência do povo peninsular (segundo a historiadora professora Anita Novinsky).
Sendo a religião dominante, não permitiu que as sanguinárias façanhas de sua fé fundamentalista da era da Inquisição de Estado, que envergonham a espécie humana fossem publicamente divulgadas, inclusive já fazendo parte dos anais da historia da genciada, tornou-se a repetir. A Inquisição de Estado serviu de modelo inspirador para que Hitler criasse o sanguinário Holocausto nazista, usando um rótulo político enganoso humanidade. Atualmente, a terrível história ignorada, boicotada, negligenciada do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, NSDAP.
Fatos que desclassificam o “homo sapiens” descortinaram-se mais uma vez. Lamentavelmente a tragédia se repetiu: perseguições principalmente aos semitas, discriminações, campos de concentração e assassinatos obedecendo ao projeto da moderna Engenharia da produção da morte, tendo a conivência da justiça falida, por severa ordem de Hitler, o moderno Inquisidor, criando o famoso Holocausto. Os crimes perpetrados contra a humanidade não devem ser negligenciados, nem mantidos em segredo e impunes. As atrocidades praticadas pelas Inquisições, tanto a medieval quanto a moderna, devem ser meditadas por todos aqueles que amam a liberdade e a democracia.
No século XXI, temos a obrigação moral de divulgar a verdadeira história, e prosseguir desfraldando o estandarte da humanizaçãoa todos os quadrantes da terra.
Um jornalista, historiador e escritor, já alertou, com um importante artigo no Jornal Alef, ao mundo atarefado da sutil campanha anti-histórica pela Igreja: “A HISTÓRIA TRUNCADA: A INQUISIÇÃO NÃO EXISTIU. É INVENÇÃO DOS LEIGOS.”